RADIO ATALTIC SEA

terça-feira, 31 de julho de 2012

Aos cinquenta...



Depois dos cinquenta anos, o amor já percorreu estradas, dobrou esquinas e teve de optar nas encruzilhadas.
Já errou, já acertou, já deslizou, já se arrependeu e inevitavelmente o tempo esgotou-se...
Já se viveu o amor, perdeu-se o amor.
O amor maduro chega de mansinho e se aloja no nosso coração modificando a nossa vida sem timing para findar.
O caminhar a dois, nessa idade, torna-se mais sereno, mais conciso. A cumplicidade existe, o carinho é mais espontâneo e não nos inibimos em bem querer.
A sintonia é completa e as lembranças são mais facilmente depositadas no álbum das saudades que guardamos, de um tempo que não volta mais...
Namorar aos cinquenta é carregar ternura no olhar. O brilho dos olhos é mais intenso e a vontade de acertar é mais forte...
As pequenas atitudes, os mínimos detalhes, são o alimento que sustenta esse amor.
Viver a dois torna-se a alegria e o iluminar dos rostos. Os beijos quentes e experientes, o carinho de um gesto e os insinuantes e cúmplices olhares quando o desejo se manifesta. E são sem duvida promessas de quem em cada amanhecer, se respeita e ama muito mais.
É sem dúvida também, o mais belo bom dia entre dois seres que encontraram de novo o amor!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Estas palavras que escrevo...


 Palavras...
Quer sejam as nossas ou as alheias, sempre causam efeito.
Agora eu pergunto-me...Pergunto-vos:
Que fazer com o que elas, as palavras, nos deixam dentro do peito?
-Tristezas... Alegrias... Ciúmes e até ... Agonia.
Mas...A verdade, é que seja qual for o sentimento que deixem,
A verdade é que alteram o rumo do meu dia.
Volto a perguntar-me...A perguntar-vos:
-Como podem simples verbos, minusculos adjectivos,
pronomes mais ou menos (im)pessoais e afins,
Como podem todos eles juntos, misturados ou sobrepostos,
Influenciar tanto as nossas vidas?
-Que estranho !!!
Que poder é este que simples palavras têm,
E que tanto mudam as coisas dentro de mim?
Escrever... É  meu ver, montar um quebra-cabeças com palavras.
construir frases subordinadas, assindéticas.
Revelar assim, sujeitos ocultos, esconder determinantes e determinados.
E talvez contra-natura,transformar coisas passivas em activas.
-Refazer...Tentar, talvez em vão, mudar.
Ás vezes usar as palavras para abrir um coração, podem gerar conflitos.
Mas que fazer quando elas teimam em não se calar?
Usa a tua mente alia-a ao teu coração e deixem que voem livremente.
As palavras quando nos saem do fundo do peito
Sérias, verdadeiras servem para lavar a alma.
Então...
Neste momento, o que importa se a todos vão agradar.
Fica em paz, fica bem e com a plena certeza  de que elas irão cumprir sua função.
Porem arrisco um conselho:
-Certifiquem-se apenas que essas palavras vêm do coração.
E se mesmo com todo este processo, escrever se torna algo dificil,
deixa o silêncio reinar...
Porque dias há em que as palavras "emboladas" demoram a voltar para o lugar.

Falta-me o fél...

Eu gostava de poder com a mão agarrar os sorrisos
E só os largar quando esses sorrisos se esvaiecessem.
Queria ter o poder de parar o tempo e na face, fazer pinturas de guerra.
Dançar á chuva e contemplar a lua.
Sentir no agarrar desses sorrisos,o humor, a nostalgia, o sentimentalismo,
A perversidade, a compaixão, a pieguice, a teimosia,
O sarcasmo e os deslumbramentos da vida.
Daria um "start" nas mulheres e até as  luzes da cidade seriam sorrisos,
Testemunho vivo do quanto doce é a vida.
É uma meta um dia ouvir a voz da lua.
Queria assim poder agarrar o momento
e transpor num ápice a distancia que separa o sonho da realidade.
Mas...Falta-me algo mais. Preciso de fel.
Preciso desse líquido amargo para temperar o doce que em mim existe.
Falta-me a armadura, o escudo, falta-me o espaço sem enquadramento,
Falta-me a capacidade de criar sorrisos.
Por isso... Por tudo isso...
Gostava de poder com a mão agarrar sorrisos !!!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cantar e beber as letras...


Há uma terra onde as letras contam. Contam e mais que isso...São tão importantes como a água, aliás... São a própria água, porque nessa terra as palavras bebem-se aos goles. Cada letra é um gole que não mata a sede mas há quem junte letras como se num copo e sacie essa sede com várias palavras, frases e até de pequenos textos. Há ainda quem as beba por prazer, e quem se satisfaça simplesmente por molhar os lábios.
Há nessa terra imensos lagos de letras, rios e mares, salgados ou doces.

Letras...Uns tiram-nas da torneira, outro, compram-nas engarrafadas, ao litro. Há letras em lençóis, por baixo dos nossos corpos, em tapetes por baixo dos nossos pés...E há letras que simplesmente caem do céu, dispersas como gotas, sem sentido aparente. Aparente ao princípio. Se formos pacientes, veremos como se organizam e tornam coerentes, como se juntam em pequenos regatos com muito para dizer.

Há quem viva só porque as letras ali estão, para serem bebidas. Alguns há que ganham a vida a juntar essas gotas. Alguns são capazes de transformar um orvalho matinal num riacho fresco em pleno verão. Alguns, só alguns, poderão domar um oceano tempestuoso, dar a volta ao mundo numa jangada feita de frases. Porque os homens são feitos de letras, mas não são capazes de se ordenar em palavras. Uns são apenas vogais, definem-se em cinco pancadas, sem sequer mexer a língua. Outros, consoante, se são sofisticados e sem complexos vernaculistas, usam o «capa», o «dabliu» e o «ipselon», ou, os mais apegados à tradição, que tanto se lêem com «cê» de cão, como com «sê» de sapato. E ainda os que se atrevem a misturar os estilos, a fazer sentido, a tentar descodificar os homens, a dar vida às letras, para que as possam beber.

Há uma terra em que as letras contam, porque são necessárias como o ar, são contadas, são gente, porque as respeitam. Cada palavra é um membro com veias e sangue. Há quem as junte num corpo e as veja crescer e ser pessoa. Pessoas. Há quem tenha orgulho nas palavras que escolhe para o corpo, e quem se contente com duas pernas, dois braços, um par de calças e uma camisola para os cobrir. Há quem seja letra, e quem queira ter letra.
Há vezes em que fechamos os olhos e o negro se torna letra. Outras há em que os sonhos são palavras, e, quando acordamos, de olhos bem abertos, a realidade são letras. Porque o sonho é possível, como a fábula é possível, por palavras, no escuro. Porque a realidade é inevitável, como os homens são inevitáveis, letras dispersas, na claridade. Há uma terra em que o escuro e a claridade são um só, pois as letras são água e ar. Em que o sonho e os homens são palavras, porque um é aquilo que os outros querem, e as letras são o elo. Nesta terra nunca ninguém morreu de sede. Nesta terra respira-se ar fresco. Pois se cada página é um rio, e cada linha uma brisa.

Lagrimas...



...Não são simples e vulgares gotas de água, que simplesmente os olhos derramam.
Verdadeiras, quando vêm da alma ou da dor que sente o coração.
Quando o teu amor, por verdadeiro e que julgas infinito se cansa de lutar.
Quando a tua alma chora por dentro e faz um mar imenso que sai por seu reflexo
pelos olhos que são o espelho da alma.
É difícil suportar imensa dor...
As imensas mentiras, deceções, sonhos rompidos, ilusões apezinhadas,
O amor frustrado. as carícias perdidas, injustiça...
São lagrimas que ferem como uma afiada adaga que te trespassa o coração
...E dói, dói muito por dentro e por fora.

Ainda assim, tens de manter um sorriso materializado, falsa alegria
Porque poucas coisas te fazem sorrir quando a tua alma está esgotada,

Mas há uma luz que nunca se apaga porque a esperança continua viva.
E tudo, um dia outra vez recomeça com um sorriso encontrado.

Mas, outra vez quem sabe, volte a acabar em lágrimas...

Paulo Figueiredo (Texto de “In Vitro” 1996, revisto )

Partilha...

Hoje, primeiro quero partilhar um texto que ja li e reli em muitos momentos da minha vida. Aqui neste "canto" onde escrevo principalmente para mim, mas que partilho com quem quiser aqui, digamos que fazer uma pausa para refletir, lendo as "minhas coisas" e coisas de outros então me sentirei muito honrado nas visitas e comentarios.
Deepak chopra, é realmente e quanto a mim uma leitura de eleição. senão vejamos:
 
 
"Somos viajantes que realizam uma viagem cósmica - partículas etéreas, girando e dançando nos turbilhões e remoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas as expressões da vida são efémeras, momentâneas, transitórias. Gautama Buda, fundador do budismo, disse um dia:

A nossa existência é tão passageira como as nuvens
de Outono
Assistir ao nascimento e morte dos seres é como
observar os movimentos de uma dança.
Uma vida é como o relâmpago no céu,
Corre como a água que jorra da íngreme montanha.

Parámos por algum tempo para nos encontrarmos uns com os outros, para nos amarmos, para partilharmos. Este momento é precioso, mas passageiro. Constitui um pequeno parêntese na eternidade. Se o partilharmos com carinho, alegria e amor, criaremos abundância e felicidade uns para os outros. E assim este momento terá valido a pena."
 
(Vale a pena refletir sobre isto)

Deepak Chopra in "As Sete Leis Espirituais do Sucesso"

terça-feira, 24 de julho de 2012

Uma Lagrima...

Hoje finalmente, começo a entender que vivo num mundo que não criei, que nem tão pouco pedi e tão pouco desejei. Somente o alimentei.
E por isso mesmo É O MEU MUNDO!
Sim, confesso que sou um dependente químico e que falhei em todas as minhas tentativas para me manter afastado das "drogas" que a vida nos oferece(muitas e variadas em formas até de gente) e por conseguinte das suas consequências. Independentemente do espaço temporal em que não as usei. Hoje, olhando para o passado, sinto tremenda tristeza por não ter conseguido pedir ajuda e isso me deixa desiludido porque pelo caminho, fui deixando um rasto de sofrimento e desilusão nas pessoas que foram passando pela minha vida, mas sobretudo em mim.
Hoje, muitos dias depois da última utilização e por conseguinte da ultima desilusão, depois de me olhar ao espelho, de me abraçar dando-me os parabéns pelo feito, uma lágrima se soltou rebelde e parou no meu queixo e teima em não cair.
E também hoje; digo para mim próprio que talvez seja desta vez. Talvez, porque simplesmente nada sei e o que sinto é pouco para dar qualquer garantia de que não vai haver uma próxima vez. Quero muito, sabe Deus quanto, deixar de castigar o meu já tão fustigado corpo e cansado espírito.
-EU MEREÇO!
Sim… Mereço ter uma vida: A MINHA VIDA…UM MUNDO; O MEU!
Sentir o vento a maresia do mar, o murmúrio do rio. O riso das crianças que brincam felizes indiferentes ao meu pesadelo. Quero olhar a montanha e sentir a imponência com que enfrenta todas as intempéries sem tremer ou desmoronar. Quero sentir o perfume das Árvores, das plantas e flores que crescem saudáveis insensíveis às ervas daninhas que as rodeiam. Quero olhar para o sorriso tranquilo e sereno dos velhos que jogam cartas no jardim, despreocupados e com a consciência de que já cumpriram as suas obrigações de maridos, pais e avós.
Tenho esperança e coloco muita fé neste desespero que me corrói as entranhas e me faz sentir pequeno. Porque do desespero e da raiva, advém a minha força. Força essa que é a melhor arma com que luto contra a vontade de sentir as "drogas da vida" circular nas minhas veias e explodir, numa sensação errada de liberdade no meu cérebro.
Lamento já não ser capaz de chorar pelo mal que fiz aos outros. Sempre chorei errado, esquecendo-me que quem merece esta lágrima rebelde e teimosa no meu queixo…
…AFINAL SOU EU..SEM AS "DROGAS DA VIDA"(porque a vida esta carregada de "drogas"!