RADIO ATALTIC SEA

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

" Para Ti..."

Hoje vasculhando nas minhas memórias, encontrei, talvez por acaso uma carta que em tempos rabisquei num guardanapo
“Para ti...”.
Sim... Este era o destinatário. Muito sinceramente não recordo porque não ta enviei, talvez não quisesse ou simplesmente, não tive-se tido a coragem para juntamente com ela, passar a limpo o passado. Em óptimas letras garrafais eu te dizia: 
- “Acertei no caminho certo, não porque segui as seta mas porque não respeitei todas as placas de aviso”. 
Hoje ao reler esta misteriosa carta  acho curioso por nessa altura da minha vida, usar tal metáfora sem ao certo saber bem o que então te queria dizer com isto. Olhando bem, hoje e depois de repousar a vista e o coração sobre aquelas palavras eu percebo, quantas foram as coisas que eu escrevi para ti, quando na realidade queria não escrever mas dizê-las a mim próprio.
Jamais eu poderia ter chegado aonde cheguei, se é que já cheguei a algum lado, se somente tivesse andado em linha recta. Não, por demasiadas vezes tive que voltar para trás, muitas vezes até andar em círculos, perder dias, perder o rumo e o norte, perder a paciência e me desaurir em vãs tentativas aparentemente inúteis para encontrar um quase endereço ou quem sabe, uma provável ponte ou até uma estrada, mesmo que estreita e sinuosa, para te encontrar.
Por outro lado...
Hoje consigo ver que tu, ocupada com os teus mapas e bússola, demoraras-te em demasia e mesmo, com os sinais de fumo não percebeste e simplesmente... Não vieste.
A realidade, a solidão e a frustração ensinou-me a que devo intuir mais e caminhar, mesmo que descalço por caminhos que sejam certos, mesmo que espinhosos. Tento agora confiar nos passos que dou, aprendi com a dor a desconfiar dos atalhos.
Hoje quase que entendo porque eu me sentia do outro lado e  tão só, sem amparo e cego caminhava.
Hoje sou finalmente capaz de colocar a mão no peito e chorar a perda, sabendo que não posso voltar para trás...
- "Para ti..."
Tomou forma, nome e endereço e hoje decidi passar a limpo como forma de te pedir perdão, pois somente com ele poderei seguir em frente mesmo que algumas vezes tenha de recuar, lembrar e voltar a avançar, seguro e confiante.
-" Todos nós, nas nossas infindáveis caminhadas temos por vezes de dar um passo a trás para dar dois para a frente..."

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Redireccionando...

Ora então, para aqueles que estavam fartos de mim, tenho pena, mas hoje resolvi voltar. Não porque tenha saudades ou por simples”birra”, voltei hoje, porque a minha vontade de escrever se sobrepôs á preguiça e inércia instalada nestes dedos ociosos e já enferrujados, de nada fazer por uma escrita que em tempos já foi fácil.
Quando em 2004 escrevia textos do género “Pedaços de mim” ou “Crónicas de um pecado mortal” e com eles causava amores e ódios, aprendi que o ter cuidado com as palavras e ser “politicamente correcto”, não era o oceano calmo onde poderia nadar sem medo de ser engolido por uma mega-onda.
Hoje, e relembrando alguns comentários entendo que somente quem escreve fantasia e ou ficção sobrevive neste mundo das emoções/relações dos post e coments. Mas sabem…Melhor, querem saber o que eu penso a este respeito? 
Que tudo o que é escrito sem ser sentido somente tem a finalidade de mostrar para os outros precisamente o contrario do que somos na realidade.
Provavelmente, nos meus primeiros escritos, também eu entrei de cabeça nesse carrossel de falsas emoções e sabem… Em vez de engrandecer o meu ciclo restrito de amizades eu o diminuí porque fiquei hipócrita e convencido que o mundo e as pessoas giravam em meu redor.
Quando acordei para a realidade, e nunca é tarde demais para nada nesta vida, olhei em volta e posso afirmar com plena certeza que estava mais só que nunca.
Hoje, depois de ter desaparecido destas coisas das escritas para impressionar, muitas coisas poderia escrever para me justificar,mas não, sei que há fins que justificam os meios e não vou, nem quero faze-lo. Hoje…
É, hoje somente me deu vontade de dizer:

“Estas palavras que escrevo…”
Palavras…
Quer sejam as nossas ou as alheias, sempre causam efeito.
Agora eu pergunto-me…Pergunto-vos:
Que fazer com o que elas, as palavras, nos deixam dentro do peito?
-Tristezas… Alegrias… Ciúmes e até … Agonia.
Mas…A verdade, é que seja qual for o sentimento que deixem,
A verdade é que alteram o rumo do meu dia.
Volto a perguntar-me…A perguntar-vos:
-Como podem simples verbos, minúsculos adjectivos,
pronomes mais ou menos (im)pessoais e afins,
Como podem todos eles juntos, misturados ou sobrepostos,
Influenciar tanto as nossas vidas?
-Que estranho !!!
Que poder é este que simples palavras têm,
E que tanto mudam as coisas dentro de mim…De nós?
Escrever… É  a meu ver, montar um quebra-cabeças com palavras.
construir frases subordinadas, assindéticas.
Revelar assim, sujeitos ocultos, esconder determinantes e determinados.
E talvez contra-natura,transformar coisas passivas em activas.
-Refazer…Tentar, talvez em vão, mudar.
Ás vezes usar as palavras para abrir um coração, podem gerar conflitos.
Mas que fazer quando elas teimam em não se calar?
Usa a tua mente alia-a ao teu coração e deixem que voem livremente.
As palavras quando nos saem do fundo do peito
Sérias, verdadeiras servem para lavar a alma.
Então…
Neste momento, o que importa se a todos vão agradar.
Fica em paz, fica bem e com a plena certeza  de que elas irão cumprir sua função.
Porem arrisco um conselho:
-Certifiquem-se apenas que essas palavras vêm do coração.
E se mesmo com todo este processo, escrever se torna algo difícil,
deixa o silêncio reinar…
Porque dias há em que as palavras “emboladas” demoram a voltar para o lugar.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Incoerência?



Descobri que esperamos demais das pessoas e assim, é muito comum eu ter o mau hábito de projectar nos outros os erros que afinal são meus, refiro-me exactamente á idealização que fazemos de alguém somente por estar simplesmente encantado. O resultado é quase sempre a decepção, porque gostar de verdade e não da imagem que fazemos de alguém, exijo amor de verdade também, para aceitá-lo com todas as suas limitações, erros e até desamor.
Claro que o amor partilhado é uma festa, mas nem sempre é o que acontece, amor não é algo coerente, Nem sempre é entre nós e alguém. Mas a minha capacidade de amar independentemente de encontrar correspondência
exige muito de mim e coragem para me permitir analisar se as pessoas me magoam ou se muito simplesmente, permito a ser magoado por elas.
Todavia e evidentemente, não estou isento de culpas, mas culpas também têm aqueles que realmente as possuem, fazendo-se vítimas do seu jogo de ilusões deliberada. Enfim, eu prefiro ver o ser humano como uma caixinha de surpresas!
Até pode ser que um dia, aprenda com a desilusão e com a dor que inevitavelmente me leva a castigar a pessoa errada...
-Eu!


Beijos.

"O mais importante de tudo não é o que fizeram de ti, mas sim o que vais fazer, com o que de ti fizeram!"
(Jean Paul Sartre)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

...E Parti !


Para quê e porquê adiar o inadiável ?

E assim, depois de muito adiar, num dia como qualquer outro, decidi partir...
Decidi com a dor da derrota não esperar as migalhas que sobraram 
de uma relação condenada ao fracasso e que insisti em manter mesmo 
ferida de morte muito por "Mea culpa", sim... Eu mesmo Não tinha 
sequer o direito de fazer comigo o que fiz e muito menos com terceiros.
Decidi somente agora, ver e sentir cada momento como uma oportunidade de encontrar a solução.
Decidi acreditar que o deserto que eu próprio formei em torno da minha existência, se pode transformar num oásis.
Decidi ainda acreditar que cada noite de insónia que tenho é reflexo de clarividência e não de loucura emocional e culpa ou ainda um mistério para resolver, mas decidi ver e principalmente, permitir-me a acreditar que cada noite mal dormida antecede o ressurgir de um novo dia e com ele uma nova oportunidade de ser feliz. E no dia  da partida, descobri que meu único rival, afinal não eram mais do que as minhas próprias limitações e decidi enfrentá-las porque também acredito que somente assim devo conseguir superara-las. 
Naquele dia também, descobri com dor mas sem tristeza que eu não era o melhor, nem o mais forte e que muito provavelmente talvez...Nunca o tivesse sido.

-Deixei de me importar com quem ganha ou perde!

Agora o que me importa é simplesmente saber o melhor importa fazer.Contudo antes de partir, aprendi com todas as consequências que o difícil não é chegar ao topo mas sim, deixar de subir. Aprendi que o melhor triunfo que existe é poder chamar alguém de "amigo".
Descobri ainda que o amor é mais que um simples estado de paixão ardente, e que o amor é uma filosofia de vida. Naquele dia, deixei também de ser um simples reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser afinal uma ténue luz no presente. Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais!
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem...
E assim...
Desde aquele dia já não durmo para descansar... simplesmente durmo para sonhar!



sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Insónia

À espera...
Pomo V

Já passei noites a chorar até adormecer. Já passei horas em frente do espelho para tentar descobrir quem realmente sou. Já tive tantas certezas de mim e sobre mim a ponto de querer simplesmente desaparecer...Já sorri a chorar lágrimas de profunda tristeza mas também já chorei de tanto rir, já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar em outras que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não deveria, já gritei quando não o deveria fazer mas também já me silenciei quando deveria gritar. Já contei piadas sem graça alguma apenas para ver e sentir felicidade a um amigo, já tive medo do escuro e hoje no escuro me encontro. Já caí inúmeras vezes e pensei que jamais me iria erguer, já me reergui inúmeras vezes pensando não mais cair, já rotulei pessoas de “amigo” e descobri que me enganei, no entanto, a outras nunca precisei chamar nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Por favor não me dêem fórmulas certas, porque acertar sempre eu não pretendo, por favor não me façam ser o que eu não sou e não me convidem a ser igual porque eu sinceramente sou diferente... 
Por mais que o tempo passe...
Por mais que as coisas mudem...
Aumenta em mim a vontade de ali...Ao virar da esquina, encontrar quem goste de mim, como sou, mesmo errado!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

De partida?

De Partida...

Pomo IV




É chegada a hora de partir... Já faz parte da minha vida feita de abrir e fechar capítulos. Este é talvez o que mais me dói o que mais me marca mas contra as evidencias nada mais posso fazer. Fui imprudente e diligente deixei que a minha impulsividade e vontade de viver me levassem a cometer erros que evidentemente já não deveria permitir-me acontecer, aconteceram...
Agora é tempo de seguir em frente.
Embora solitário.

" Um adulador parece-se com um amigo, como um lobo se parece com um cão. Cuida pois em não admitir inadvertidamente na tua casa, lobos famintos em vez de cães de guarda" ( Epicteto)