RADIO ATALTIC SEA

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Para com os meus botões...

- Cá para com os "Meus botões"...


Eu nesta vida já perdi tanto tempo com a tristeza, que me esqueci de ser Feliz. Eu sei à força de muito tropeçar que a maior Batalha que enfrento é aquela em que terei de vencer o meu próprio EU !!!
Assim, quando tudo me parece um fracasso, ergo-me e quando todos esperam que Desista:
Eu teimosamente continuo !!!
Decidi que quando o desânimo vier, vai encontrar em mim, alguém com grande coragem e sobretudo muita fé. E quando os dias verdadeiramente maus chegarem , não me faltará também a esperança.E  mesmo se vier a perder tudo... Ainda me terei a mim !!!
Assim; Não vou perder mais o meu tempo com a preocupação de agradando a todos, mesmo porque, não vai jamais deixar de existir alguém para te criticar, independente do que quer que eu seja ou do que faça.
- O importante é ser verdadeiro e acima de tudo feliz. E mesmo quando voltar a errar e vou sempre fazê-lo, não que queira ou porque seja estúpido, vou ficar com a certeza, de que se o erro surgir foi na tentativa de acertar, pois o maior erro de todos é querer mudar apenas a ver o tempo passar !!!
...
Vou de futuro cuidar que os meus olhos não se fechem, que o meu coração somente, corresponda ao que verdadeiramente eu sinta para não me perder nos caminhos e onde quer que eu encontre, a paz interior e o verdadeiro amor me encontre.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Hoje quero gritar...Posso


Este é o grito do solitário e misterioso que existe em mim, mais parece um lamento...Talvez um choro...Ou quem sabe uma prece...
Nele, consigo sentir a dor de uma saudade tão igual à minha.
O sentir medo da travessia das minhas noites desertas, escuras, vazias,
Onde muito dispersas, coabitam as palavras cinzentas e o brilho do ouro, 
Para tecerem os mais dolorosos versos que em mim deambulam e vagueiam.
E quando repentinamente me observo, no reflexo dum charco
Eu penso:
Que um dia te dei os meus olhos para tomares conta, agora que não os tenho, as palavras não consigo ver.
Por isso mesmo, sou agora muito mais pobre do que já era...
E apesar dos gritos que dê e dos reflexos que enxergo, ingloriamente eu passo as noite, para mim, impiedosamente vagarosas, tristes, silenciosas e sem nenhum fulgor, debruço-me na janela do meu quarto contemplando o nada, enquanto fumo um cigarro, há espera que nasça um novo dia anseio ouvir o grito de um outro solitário !!!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Ao Escrever sinto-me terra...A TERRA

Há uma terra onde todas as letras contam e contam e mais que isso, são tão importantes como a água, aliás, são a própria água. Porque nessa terra que falo, as palavras bebem-se aos goles e cada letra é um gole que não mata a sede. Mas há quem junte as letras na mão, como se num copo, e sacie a sua sede com o que resulta desse ajuntamento, as palavras, as frases e até pequenos textos. Há ainda quem as beba por prazer, e quem se satisfaça simplesmente a molhar os lábios .Há nessa terra que escrevo, imensos lagos de letras, correm rios e mares salgados ou doces.
Letras...Uns tiram-nas da torneira, outros, compram-nas engarrafadas ao litro. Há também nessa terra, letras em lençóis por baixo dos nossos corpos, em tapetes por baixo dos nossos pés e há letras que simplesmente caem do céu, dispersas como gotas sem sentido aparente. Não parecendo ao princípio, veremos, se formos pacientes, como essas gotas dispersas se organizam e tornam coerentes. Como se juntam em pequenos regatos com muito para nos dizer.
Há nesta terra que falo e me fascina, quem viva só porque as letras estão ali para serem bebidas. Alguns há, que ganham a vida a juntar essas gotas. Assim como também alguns que são capazes de transformar um simples orvalho matinal num riacho fresco em pleno verão. Outros, só alguns, poderão domar um oceano tempestuoso e conseguir dar uma volta ao mundo numa jangada feita de frases. Porquê?
Porque os homens são feitos de letras, mas não são capazes de se ordenar em palavras. Uns são apenas vogais, definem-se em cinco pancadas, sem sequer mexer a língua. Outros, consoantes, são sofisticados e sem complexos vernaculistas, usam o "capa", o "dâblio" e o "ípsilon", ou ainda aqueles mais apegados à tradição, que tanto se lêem com «cê» de cão, como com «sê» de sapato. E existem ainda os que se atrevem a misturar os estilos, a fazer sentido e a tentar descodificar os homens para dessa mistura conseguirem dar vida às letras para que as possam beber. Há, acreditem em mim, uma terra em que todas as letras contam, porque são tão essenciais e necessárias como o ar que se respira, são letras contadas, são gente, porque as respeitam.
Cada palavra é um membro integrante de cada homem, com veias, órgãos, ossos, músculos e sangue. Há até quem as junte num corpo e as veja crescer e ser gente…Pessoas. Há ainda nessa terra quem tenha tanto orgulho nas palavras que as escolhe para o seu próprio corpo e quem se contente somente com duas pernas, dois braços, um par de calças e uma camisola para os cobrir. Há quem seja letra, e quem muito queira ter letra.
Há vezes em que ao fecharmos os olhos a própria escuridão se torna letra. Outras há em que os sonhos são palavras e quando acordamos já de olhos bem abertos, a realidade são letras.
Porque o sonho é possível e a fábula é possível, por palavras, no escuro. E porque a realidade é inevitável, como os homens são inevitáveis também existem muitas letras dispersas, na claridade. Há uma terra em que o escuro e a claridade são um só, pois as letras são Terra água e céu em que os sonhos e os homens são palavras, porque é aquilo que os homens querem e as letras são somente o elo que os liga. E por ultimo, nesta terra que me sinto e de que falo, nunca ninguém morreu de sede. Nesta terra que me transformo respira-se ar fresco.
Pois se cada página é um rio, e cada linha uma brisa. Eu sou essa Terra !


Com amizade:

sábado, 22 de fevereiro de 2014

De mim para mim...


Hoje no silencio do meu pensamento falei de mim para mim mesmo...

Homem...Não importa onde paraste e em que momento da tua vida te cansaste. Recomeçar, é dares uma nova oportunidade a ti mesmo e é ainda, mesmo que não acredites agora, o momento certo para renovares a esperança e os sonhos da vida. Mas muito sinceramente o mais importante, o voltar a acreditar de novo em ti.
O eu quero...O eu posso...O eu consigo, não foram com as desilusões, somente ficaram perdidas na confusão do teu estado magoado e dorido, á espera de serem encontradas e agora ainda com mais razão de ser e com mais força, a força da queda !!!
Sei homem que sofreste em demasia  nesse  período e que pensas que não merecias; estas redondamente enganado... Foi aprendizagem!
Também te garanto, as tuas lágrimas não caíram em vão pela tua face,  foi a merecida limpeza da tua alma. Também sei que momentos ouve em ficaste com muita raiva de algumas pessoas. mas esse estado de alma acontece para que possas perdoa-las um dia. Sei também que sentiste-te só por demasiadas vezes. Pois verifica se não foste o culpado de alguma maneira e ou modo fechaste as porta até para os anjos e acreditaste em demasia que tudo havia sido perdido.
Homem... Este é o momento certo para o iniciares e melhorares essa tua vida que pensas perdida, cheia de tédio e pouco interessante.
Pois é… Agora é realmente a hora correcta para  reiniciar, de pensares, inteligente, na nova oportunidade, afinal continuas vivo após teres ficado moribundo, olha para a frente HOMEM concentra tudo e nesse concentrado de sabedoria vais voltar a encontrar o verdadeiro prazer nas coisas simples de novo.

Quem sabe não esquece:
- Homem é como andar de bicicleta !!!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Pão Velho...

Hoje apetece-me partilhar algo que muito poucas pessoas nesta vida imaginam ver-me a fazer...Vou falar de algo tão real e verdadeiro que inesperadamente, quem sabe se com a sua leitura, vos consiga oferecer uma lição de vida.
Se tal não acontecer, lamento saber que existem pessoas assim...




…Em um qualquer sábado quente de Julho de 1970…

Era fim de tarde de um sábado que tinha sido quente, eu estava a regar o jardim lá de casa, quando fui interrompido por um menino com pouco mais de 9 ou 10 anos que do lado de fora do gradeamento me chamava, tímido:
- Senhor... Senhor por acaso não tem um pouco de pão velho que me possa dar?
Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou desde criança, como aquela que se apresentava agora da parte de fora da minha propriedade. Na minha adolescência descobri, digo eu... Que pedir pão velho era o mesmo que dizer: Dá-me o pão que era meu e ficou na tua casa.
Olhei para aquela criança com carinho especial, só conseguia enxergar a sua cabecita loira com um cabelo que já tinha saudades de um bom sabão e sobretudo o brilho do seu olhar, de um azul cinza impressionante e apesar de tudo, o que mais me impressionou foi a falta do sorriso que qualquer criança daquela idade deve ter. Meu Deus, como senti uma enorme nostalgia de ser criança. Parei o que fazia e sem saber porque perguntei onde o petiz morava. Parece estupido fazer uma pergunta assim a alguém que nos pede algo mas foi o que me ocorreu enquanto caminhava para abrir o portão.

Primeiro ele olhou para mim desconfiado, depois lá foi dizendo: Moro do outro lado da cidade junto ao jardim zoológico, disse tipo; porque pergunta ele onde moro, afinal só lhe pedi um pouco de pão velho… Como lhe observei que estava muito longe de casa ele, com a paciência que a fome lhe conferia la argumentou: É... Mas para comer, eu tenho de me deslocar por vezes para muito longe de casa. Hum...Sei, respondi, sem saber porque continuei a fazer perguntas, enquanto o petiz já ia entrando ao meu gesto para passar o portão. E a escola, não vais a escola?
Aquele olhar já triste tornou-se cinzento e senti o esforço daquele menino para não chorar, não meu senhor a minha mãe não pôde comprar material que a escola pedia.
E o teu Pai mora com vocês? Bom, foi nesta altura em que as lagrimas caíram pelo rosto daquele inocente Nenhuma criança no mundo merece verter uma lagrima, para isso terá o resto da sua vida. Quando parou de soluçar, disse-me que não conhecia o pai e falou da Mãe, do cão, dos gatos e ate dos vizinhos que os maltratavam por serem pobres

E a conversão prosseguiu, até que olhando á nossa volta estávamos iluminados somente pela luz da lua, uma maravilhosa lua cheia. Eu atarantado sem ter dado pelo tempo passar disse ao petiz
-Olha, vou então buscar o teu pão, mas tenho uma pergunta; serve pão novo?
O meu espanto aumentou quando o petiz, agora com um sorriso e um brilho que fazia inveja á lua, me respondeu

- Não é mais preciso o pão, afinal o senhor já falou tanto comigo que a fome que tinha passou!

Esta resposta, vinda daquela boca infantil, caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança. Este menino de apenas 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e sem amigos, tão necessitado de uma conversa amiga, afinal, de um pouco de atenção.

Caro leitor/a, quantas lições podemos tirar desta resposta:
- “Não é mais preciso o pão, afinal o senhor já falou tanto comigo que a fome que tinha passou!”
Que poder mágico tem um simples gesto, de falar e muito mais importante… ouvir com amor!
Agora para finalizar, confesso que este excelente ser humano ainda hoje oferece o seu pão novo a quem quer que lhe bata á porta. Alguns anos já passaram e demasiadas crianças continuam a pedir "pão velho" na sua casa. E ele, já bastante idoso, como sempre dando "pão novo” mas sobretudo, procurando sempre compartilhar o pão das pequenas ou longas conversas. O pão dos gestos que acolhem e promovem o verdadeiro amor.
 Este pão de amor, posso garantir, não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita N’Aquele que disse: - "Eu sou o pão da vida".
- E deixou-nos um novo mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".

Depois daquele sábado eu acho que pedir pão velho" significa dizer:
- Converse comigo, dê-me alguma atenção e a alegria de ser amado.
Nota:
Os factos narrados são verídicos, os nomes não são revelados pelo simples facto, que quero, como autor, que cada leitor se imagine ser um dos personagens, escolha um para si e sobretudo que pense muito bem antes sequer de falar do que não sabe nem nunca sentiu.
Abreijos

Boa semana

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Memória...(reflexo)

“Cada um de nós é a soma dos momentos que já tivemos. E de todas as pessoas que já conhecemos. E são esses momentos que se tornam nossa história.”




Apesar de parecerem extremamente simples, encontro nestas palavras uma sabedoria sem tamanho. Não, hoje não quero escrever mais um simples texto de amor. Vou isso sim reflectir somente sobre um pensamento que absorvi sobre minha vida, a minha historia.

Assim sendo e se o apagar da memória pode e interfere tão fortemente no que somos e no que sentimos, não é difícil concluir:
Somos afinal o que conseguimos recordar.Posso afirmar que sou o lugar onde nasci mas também sou as pessoas com quem convivi. Sou reflexo das coisas que fiz e que faço dia após dia desta ja minha longa existência, cada atitude por muito simples e banal que já tive, definiu e esculpiu a quem eu hoje sou.

Assim tenho a certeza de que somente sou o que vi, por onde e por tudo o que passei,com quem estive. Sou também,todas as conversas que tive e mantive no decorrer deste processo a que chamo "A minha vida". Sou também e ainda os olhares, os abraços e todos os gestos que me foram marcando. Sou ainda;os livros que li e os que voltei a ler, os filmes que vi, os textos que escrevi. Sou portanto e sem medo de errar...Os meus imensos momentos, as muitas e variadas situações que enfrentei e por certo, até as imensas coisas que nunca vivi
.
Tudo, cada detalhe no absoluto, formaram a pessoa que sou com as coisas boas e as erradas. Haveria infinitas possibilidades para o meu ser,ter sido um ‘eu’ completamente diferente, somente não sei se tão completo como completo me sinto. Talvez se eu houvesse nascido em outro lugar, convivido com outras pessoas, com outras referências, e vivido experiências diferentes que, certamente, me levariam a caminhos diferentes.

E a vida é isso, Um Comboio cuja composição se mantêm em viagem constante. Composição essa que, em cada ponto que passa, acrescenta algo na sua bagagem e essa bagagem é somente e afinal o que realmente somos...A nossa essência, os nossos gostos, os nossos valores, as nossas escolhas e as nossas atitudes.

Tudo isto, obviamente, pode parecer, piegas ou filosofia barata, mas muito sinteticamente...

-"Se tudo o que vivemos é guardado na memória, essa mesma memória é quem guarda o que somos".

Neste meu caso, a minha memoria é a minha identidade. É lá que residem as minhas opiniões, crenças emoções e sentimentos. posso depois de muito reflectir que é no cantinho das minhas memórias onde me encontro muito secretamente comigo mesmo, onde os meus pensamentos se organizam e onde, afinal, tudo que me rodeia passa a fazer sentido.

assim, se afinal somos reflexo da nossa memória, que sejamos algo que valha a pena ser lembrado e não algo a ser esquecido. Não falo de título se ou méritos, nem tão pouco de reconhecimento.

Simplesmente falo de alma e claro... de Coração !