Todos nós aspiramos e buscamos a felicidade, e quando ela finalmente acaba por surgir, poucos a sabem compreender. Na nossa, só por si defeituosa, mentalidade julgamos sempre muito pouco do que já temos, e com essa insatisfação permanente, desprezamos quase sempre a maior beleza que a vida nos oferece, justamente saber-mo-nos contentar com o que possuímos. O maior mal da humanidade é julgar-se sempre injustiçada, frustrada em suas aspirações; cada um de nós presume-se o mais digno do bem-estar, o mais indicado para as facilidades e as incompreensões do mundo. Temos o fado de exigir sempre o que julgamos o melhor, o mais belo que em nossa reduzida insensatez, é somente tudo aquilo que não nos pertence e que jamais nos pertencerá.
Podemos até ser muito amados, muito ricos, muito poderosos e saudáveis, mas sempre estaremos insatisfeitos, desejando mais e mais alguma coisa. Neste vasto mundo, existem milhões de criaturas que sofrem e que choram tanto ou mais do que nós, e como nós, desejam também e somente, encontrar-se e completar-se. Homens e mulheres, no anseio de possuírem a felicidade, somente conseguem aniquilar toda a sua beleza porque sonham demais, idealizam quimeras, exigem absurdos, vibram apenas às malditas emoções materiais.
Nós somos tão imperfeitos, que dificilmente encaramos com alegria a felicidade do outro. Julgamos erradamente e quase sempre com egoísmo latente, que essa felicidade deveria ser nossa, porque somos melhores e os mais dignos seres da criação. Pobre humanidade que procura o amor, a compreensão, o bem-estar e a alegria, dentro da indiferença, do egoísmo, da ociosidade e da inveja. Nós sabemos e estamos sempre predispostos apenas, a julgar os defeitos alheios, vibramos com os nossos apelos da vaidade, da lisonja e do orgulho! No entanto, se pensarmos um pouco, e se olhássemos para dentro de nós, veríamos desolados que temos o máximo para o mínimo que merecemos!
Aquele que se julga infeliz é porque, infelizmente em seu egoísmo, esquece a infelicidade dos outros, e é porque alimentou dentro de si próprio, esse monstro horrível da insatisfação; é porque, em sua triste incompreensão, deseja apenas aquilo que não lhe pertence. É por isso, preciso encontrar a coragem necessária para analisar friamente as nossas parcas possibilidades para que compreendamos que todos os bens deste mundo, e até os mais fabulosos tesouros da terra, serão sempre insuficientes para aqueles que na insatisfação de si mesmos, não se contentarão jamais!
Abreijo !!!
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