Da Vida já não quero muito...Quero apenas saber que tentei tudo o que quis, e que tive tudo o que pude, amei tudo o que valia a pena, e apenas perdi o que no fundo, nunca foi meu.
Nesta minha vida, de meu verdadeiramente nada tenho. Cheguei aqui totalmente despido e sei que as vestes que levarei quando dela sair, a mãe terra vai encarrega-se de as devorar. Hoje sei que o que levo desta vida é somente a vida que sempre levei. Hoje tenho consciência de que sozinho nada sou e que nada consigo. Em tempos, Cristo mandou: Nada juntar aqui, porque daqui nada será levado"...Mas eu sei que embora nada leve, a obra fica, e o eco do meu viver repetir-se-à pelas gerações vindouras...
Posso desta vida já não querer muito mais, nem reconhecimento, medalha ou prémio, somente quero o respeito pelo que foi o meu viver.
Muitos terão a força na língua de falar sobre o que sou ou o que fui, muito poucos, quererão de facto calçar as minhas "andrajosas" alpargatas e percorrer o meu caminho.
- Errado?
Sim, sei que errei ao tentar e voltaria a errar se tivesse tempo para isso, não erraria de novo por não tentar, por nada fazer. Erraria certamente por voltar a tentar tudo o que quereria e mesmo que somente consegui-se o possível voltaria a amar tudo o que valesse a pena, porque o demais na verdade, nunca seria meu !!!
A vida tem destas coisas...Jamais a minha consciência não estará tranquila e sinto que ao fechar os olhos na despedida, um sorriso finalmente iluminará o meu rosto cansado de não sorrir, e uma lágrima será a única testemunha de toda a amargura que encerra o meu coração.
Amo tudo o que tenho e que a custo alcancei...Mas tenho pavor de acreditar e admitir que afinal não tenho tudo o que amo !!!
Paulo Figueiredo
Maio, 11 de 2014
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