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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Soneto imperfeito

"Catar feijão se limita com escrever:

Joga-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na folha de papel;
E depois, joga-se fora o que boiar."
            (J. C. de Melo Neto)


Poesia, doces águas onde me afogo, 

Mas que se foi sem alegar qualquer razão, 

Sem me dizer ao menos se voltará logo, 
Ou se será eterna a minha solidão. 
Que farei sem ti, ó fonte augusta dos meus sonhos? 
Sem tuas rimas, de que vale a pena escrever? 
Se as lágrimas que caem dos olhos tristonhos, 
Diversas vezes me ajudaste a conter... 
Perdoa-me portanto, se neste meu poema 
Faltou a tua essência óh perfeito perfume,

Que concedes a tudo em mim o teu toque magistral, 

Olha, porém, nele te fiz meu tema: 

Toda a beleza que existe em ti se resume, 
Á imperfeição no teu servo tão mortal


E assim nasce este soneto imperfeito

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