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quinta-feira, 17 de abril de 2014

O salto...O sonho...

Eu saltei... Mas não foi fuga ou medo, simplesmente saltei. Em nenhum momento sequer olhei para trás, somente saltei,não me preocupei sequer se o fundo do abismo era pedregoso. Eu sem medo saltei!

Na viagem eu quis as cores do arco íris o vermelho, o azul. o verde e o amarelo. Vi o norte e os restantes pontos cardeais. Eu fui chuva e quis o sol, fui a escuridão e o farol. Eu somente queria o igual e o oposto, a cara, ou seria o rosto?

Eu quis somente ter, e acabei perdendo; queria ser, e continuo não sendo. Mas porque saltei...Desculpo-me, refaço-me, componho-me, e aperto mais o laço. Laço que vermelho acetinado me veste. Somente porque queria dizer sim, voltei a dizer não, até porque eu não desejo a rima nem a canção, somente quero a antítese e a contradição.

- Eu quero tudo?!

A rima não...Mas a rima persiste, e o não se transforma em sim, e o meu não é assim: sim-não não-sim. O tudo somente é o nada, o errado era o certo, o possível já tentei, mas o impossível eu ainda quero. O azul parece-me cinza...Cinza-morte, e o sul deixou de o ser, e há muito tempo é norte.

Agora sou o verbo de ligação, e o complemento é necessário o sujeito torna-se impessoal, mas o adjunto fica temporário. O relógio na parede insiste em dar voltas sobre si mesmo e ao contrário, contrariamente...

E a rima não sai de mim, e continuo dependente dela, eu rimei tudo; até o que não era para rimar sendo verdade. Rimei um princípio com fim, não com sim, rimei angústia, calmaria, vontade e agonia. Mas essa rima eu refaço. Não deu certo porque o meu querer é indefinido...torto, e meio perto.

E por trás das luvas de pele fina, garras longas e afiadas se escondem. Por trás do charco de água, está a marca e a medida,  por trás da máscara, a risada estridente, por trás do meu querer, a pergunta intermitente. E os heterónimos partiram, e suavemente pousaram noutro qualquer ser. Mas eu hei-de alcançá-los e alcançá-los-ei. Por isso saltei!!!

Eu saltei... Mas não foi fuga ou medo, simplesmente saltei. Em nenhum momento sequer 
olhei para trás, somente saltei,não me preocupei sequer se o fundo do abismo era pedregoso. Eu sem medo saltei!.

Quando chegar ao fundo de alguma forma, prometo avisar se o chão é mesmo pedregoso ou se é de areia fina... Liso!!!






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